"Os dois voltaram a criticar a “culpa católica”, que faz os brasileiros odiarem o sucesso e o dinheiro.'No Brasil quem faz sucesso fica deprimido porque não é pobre', disparou Lobão. 'O Tom Jobim foi chamado de lacaio do capitalismo porque fez sucesso nos Estados Unidos. No Brasil se cultua o voto de pobreza.'
Nelson Motta foi além:
'É uma mentalidade pobrista. Ninguém assume responsabilidade por nada. Se um cara mata, a culpa é da sociedade. Ora, existem fracassos e escolhas individuais. Temos que mudar essa atitude e passar a celebrar a vitória.'"
Acho essa discussão bastante pertinente para os designers. Ouço muita gente dizer, principalmente no meio acadêmico, que é errado trabalhar para o mercado, como se fosse uma grande heresia projetar produtos que fazem as pessoas gastarem mais e mais dinheiro. Como se o fato de desempenharmos nossa função com presteza fosse nos levar ao inferno junto com aqueles que consomem avidamente sem pagar o quinto à Igreja e à sociedade.
Moralismo. Hipocrisia.
Vivemos em uma sociedade que não valoriza o trabalho, e que vê o lucro como pecado, como se ainda estivessemos na época em que isso era interessante para Igreja Católica - lucrou, põe aqui na caixinha. E para piorar, novas Igrejas, ONGs, e sujeitos dispostos a mudar o mundo com seu dinheiro surgem todo dia - incluindo aí os de Brasília.
E se é pecado lucrar, consumir então é mais feio ainda. Aí eu me pergunto: E eu com isso? Estou só projetando, cumprindo meu papel sócio-econômico, projetando celulares descartáveis que saciam a vontade de comprar, dignamente, no crediário, da Classe C, para ganhar dignamente o meu salário e comprar meu novo iPhone parcelado no cartão de crédito, pagando os devidos juros e impostos.
Qual o pecado no lucro? E na compra? E no projetar?
Fonte: http://colunas.g1.com.br/maquinadeescrever/
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