Devido à resposta do blogueiro Anderson Leal ao meu último post no Blog Tá Aquecendo me senti na obrigação de vir aqui prestar um breve esclarecimento.
Não sou contra supercompactos - são sim a solução para o mercado automobilístico. E admiro a indústria automotiva européia, que esta anos a frente da americana no que tange a inovação - tanto que ninguém está falando sobre os problemas da Fiat para sobreviver - e sim da possibilidade desta assumir uma participação significativa na Chrysler.
O fato é que, trazendo estes carros por R$ 60.000, desvia-se do objetivo de ser uma alternativa "às carroças gigantescas devoradoras de combustível, carros luxuosos com 5 lugares para serem usados 90% das vezes por uma só pessoa" e passam a ser caixinhas luxuosas de 2 lugares. Com um valor absoluto quase 6x maior do que ele custa ao público europeu, o propósito de ser uma alternativa é posto em cheque.
E quanto ao comentário do Anderson sobre "o que chamam de design" - depois de estudar durante alguns anos o assunto e trabalhar na área, tenho cada vez mais certeza que, design, em seu sentido mais amplo, como citei, é uma atitude projetual ampla - e ai dentro está a inovação, a busca por novos combustíveis, novas tecnologias - e não só o apelo visual.
Enquanto design for visto apenas como "deixar as coisas bonitas" - visão predominante entre os executivos Brasileiros - e não como uma ferramenta de projeto capaz de otimizar negócios de todos os tipos - visão predominante dentre executivos do primeiro mundo -, o design e os designers brasileiros continuarão desvalorizados.
Não sou contra supercompactos - são sim a solução para o mercado automobilístico. E admiro a indústria automotiva européia, que esta anos a frente da americana no que tange a inovação - tanto que ninguém está falando sobre os problemas da Fiat para sobreviver - e sim da possibilidade desta assumir uma participação significativa na Chrysler.
O fato é que, trazendo estes carros por R$ 60.000, desvia-se do objetivo de ser uma alternativa "às carroças gigantescas devoradoras de combustível, carros luxuosos com 5 lugares para serem usados 90% das vezes por uma só pessoa" e passam a ser caixinhas luxuosas de 2 lugares. Com um valor absoluto quase 6x maior do que ele custa ao público europeu, o propósito de ser uma alternativa é posto em cheque.
E quanto ao comentário do Anderson sobre "o que chamam de design" - depois de estudar durante alguns anos o assunto e trabalhar na área, tenho cada vez mais certeza que, design, em seu sentido mais amplo, como citei, é uma atitude projetual ampla - e ai dentro está a inovação, a busca por novos combustíveis, novas tecnologias - e não só o apelo visual.
Enquanto design for visto apenas como "deixar as coisas bonitas" - visão predominante entre os executivos Brasileiros - e não como uma ferramenta de projeto capaz de otimizar negócios de todos os tipos - visão predominante dentre executivos do primeiro mundo -, o design e os designers brasileiros continuarão desvalorizados.
5 comentários:
Tenho lido os seus posts, concordando em grande parte com sua postura. Estava era demorando a comentar sobre eles, já que é um assunto que me desperta também bastante paixão. Vou tentar escrever mais a respeito: é um tema que merece ser bastante discutido, seja pelos aficcionados por automóveis, seja por aqueles que quase defendem sua abolição (eu oscilo entre um e outro).
Brasileiro geralmente quer um 'designer' pro produto, vindo do sobrinho que é 'design'.
Lendo essa postagem, lembrei na hora do "eu sou designer e designer é rei" http://www.youtube.com/watch?v=8P-P364JoHw
hehehe.
:)
Sr. Ronaldo Carlos, carro compacto, supercompacto, ou qualquer outro nome que quiserem é um grande tiro na cabeça. Se eu ainda não fiquei louco, carros menores e mais baratos (alguns quase no preço de uma moto) estimulam a compra. Mais pessoas comprando, mais caos no trânsito, mais gasto de energia, mas perda de tempo e, conseequentemente, mais perda de dinheiro. Então, qual seria a solução diante desse pós-cenário?
Discordo que carro compacto seja um tiro no pé. Estes carros tem autonomia maior (km/l!), tem dimensões reduzidas justamente para se comportarem de forma otimizada no espaço urbano e que, principalmente, se adequam ao perfil do usuário deste tipo de transporte (carro), que o utilizam para 1 ou 2 pessoas, em média. Não deturpemos a realidade, as pessoas continuam a ir ao trabalho de carro mesmo nas cidades com pedágios para centros urbanos. Acho que, para o Brasil, a solução está nos transportes de massa. Os grandes centros urbanos (rio e são paulo principalmente) são caóticos pela falta de opção ao usuário. Não é o tamanho e/ou capacidade do veículo privado que vai fazer muita diferença. Principalmente com esses preços absurdos. Concordo plenamente que este produto, aqui, se torna uma pequena jóia.
Acabar com os carros não é a solução nem para o Brasil, nem para o mundo. Até porque, grande parte das emissões poluentes é causada por empresas de grande porte, mas isso é deixado de lado.
A solução para o transporte, concordo com o João, é a otimização dos transportes de massa - aqui ou em qualquer lugar do mundo.
As pessoas continuaram tendo seus carros, e alternativas inteligentes aos carros atuais não param de pipocar na indústria. Mas enquanto houver petróleo, nada vai virar realidade.
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