1.4.09

Esclarecendo

Devido à resposta do blogueiro Anderson Leal ao meu último post no Blog Tá Aquecendo me senti na obrigação de vir aqui prestar um breve esclarecimento.

Não sou contra supercompactos - são sim a solução para o mercado automobilístico. E admiro a indústria automotiva européia, que esta anos a frente da americana no que tange a inovação - tanto que ninguém está falando sobre os problemas da Fiat para sobreviver - e sim da possibilidade desta assumir uma participação significativa na Chrysler.

O fato é que, trazendo estes carros por R$ 60.000, desvia-se do objetivo de ser uma alternativa "às
carroças gigantescas devoradoras de combustível, carros luxuosos com 5 lugares para serem usados 90% das vezes por uma só pessoa" e passam a ser caixinhas luxuosas de 2 lugares. Com um valor absoluto quase 6x maior do que ele custa ao público europeu, o propósito de ser uma alternativa é posto em cheque.

E quanto ao comentário do Anderson sobre "o que chamam de design" - depois de estudar durante alguns anos o assunto e trabalhar na área, tenho cada vez mais certeza que, design, em seu sentido mais amplo, como citei, é uma atitude projetual ampla - e ai dentro está a inovação, a busca por novos combustíveis, novas tecnologias - e não só o apelo visual.

Enquanto design for visto apenas como "deixar as coisas bonitas" - visão predominante entre os executivos Brasileiros - e não como uma ferramenta de projeto capaz de otimizar negócios de todos os tipos - visão predominante dentre executivos do primeiro mundo -, o design e os designers brasileiros continuarão desvalorizados.

5 comentários:

Anderson Leal disse...

Tenho lido os seus posts, concordando em grande parte com sua postura. Estava era demorando a comentar sobre eles, já que é um assunto que me desperta também bastante paixão. Vou tentar escrever mais a respeito: é um tema que merece ser bastante discutido, seja pelos aficcionados por automóveis, seja por aqueles que quase defendem sua abolição (eu oscilo entre um e outro).

Vivianne disse...

Brasileiro geralmente quer um 'designer' pro produto, vindo do sobrinho que é 'design'.

Lendo essa postagem, lembrei na hora do "eu sou designer e designer é rei" http://www.youtube.com/watch?v=8P-P364JoHw

hehehe.

:)

Anônimo disse...

Sr. Ronaldo Carlos, carro compacto, supercompacto, ou qualquer outro nome que quiserem é um grande tiro na cabeça. Se eu ainda não fiquei louco, carros menores e mais baratos (alguns quase no preço de uma moto) estimulam a compra. Mais pessoas comprando, mais caos no trânsito, mais gasto de energia, mas perda de tempo e, conseequentemente, mais perda de dinheiro. Então, qual seria a solução diante desse pós-cenário?

João Mermolia disse...

Discordo que carro compacto seja um tiro no pé. Estes carros tem autonomia maior (km/l!), tem dimensões reduzidas justamente para se comportarem de forma otimizada no espaço urbano e que, principalmente, se adequam ao perfil do usuário deste tipo de transporte (carro), que o utilizam para 1 ou 2 pessoas, em média. Não deturpemos a realidade, as pessoas continuam a ir ao trabalho de carro mesmo nas cidades com pedágios para centros urbanos. Acho que, para o Brasil, a solução está nos transportes de massa. Os grandes centros urbanos (rio e são paulo principalmente) são caóticos pela falta de opção ao usuário. Não é o tamanho e/ou capacidade do veículo privado que vai fazer muita diferença. Principalmente com esses preços absurdos. Concordo plenamente que este produto, aqui, se torna uma pequena jóia.

Ronaldo Porto disse...

Acabar com os carros não é a solução nem para o Brasil, nem para o mundo. Até porque, grande parte das emissões poluentes é causada por empresas de grande porte, mas isso é deixado de lado.
A solução para o transporte, concordo com o João, é a otimização dos transportes de massa - aqui ou em qualquer lugar do mundo.
As pessoas continuaram tendo seus carros, e alternativas inteligentes aos carros atuais não param de pipocar na indústria. Mas enquanto houver petróleo, nada vai virar realidade.